terça-feira, 28 de agosto de 2007

Alckmin inicia caravana para fortalecer PSDB

ALCKMIN 27aug07 (Reuters)

Reuters

Por Carmen Munari
SÃO PAULO (Reuters) - Enquanto não define seu futuro político, o ex-governador Geraldo Alckmin quer fortalecer o PSDB, ampliando as bases do partido no país. Para isso, inicia esta semana visitas a capitais e cidades periféricas em Estados onde o partido não está estruturado, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Com um olho no partido e outro nas próximas eleições, o candidato derrotado à Presidência em 2006 também se dedica a fixar sua imagem nas franjas da capital paulista. Recentemente, trocou as missas de domingo em igrejas Católicas localizadas em bairros nobres da cidade por outras nas periferias.
"Vou comandar uma caravana tucana", disse Alckmin à Reuters, declaração que foi feita junto a um elogio à Caravana da Cidadania realizada pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos anos 1990.
O próprio Alckmin relata a fragilidade do PSDB, que, em oito Estados, não elegeu deputados federais e em alguns só fez três prefeituras. Reconhece, ainda, que o PSDB nasceu "de cima para baixo", dentro do Congresso Nacional, em 1988.
Alckmin começa a "caravana tucana" na quarta-feira por Rondônia, onde visita a capital Porto Velho e a cidade de Ariquemes. Basicamente, encontra lideranças locais e faz um esforço de filiação ao PSDB. A próxima etapa será o Mato Grosso do Sul.
Desde que voltou de uma temporada de cinco meses nos Estados Unidos, onde fez curso de políticas públicas na Universidade de Harvard, em Boston, já foi ao Acre, em uma prévia da caravana.
Nas viagens, leva na bagagem os 40 milhões de votos recebidos em 2006 (Lula teve quase 60 milhões) e a percepção de que, sem capilaridade, o partido corre o risco de não fazer o presidente em 2010, seja ele o governador José Serra (SP) ou o governador Aécio Neves (MG), hoje os nomes cotados entre os tucanos para a disputa.
Ao governo Lula, mantém as críticas de "mal gastador" e incapaz de realizar as reformas que considera necessárias ao país (tributária, previdenciária, política, trabalhista). Lamenta, no entanto, que a oposição não disponha hoje de grande capacidade de mobilização. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, reúne cerca de 130 parlamentares do total de 513.
Cotadíssimo para concorrer à prefeitura de São Paulo pelo PSDB no ano que vem, lidera pesquisas recentes em que enfrenta a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Ele não admite a candidatura, que já é certa entre deputados federais e estaduais "alckmistas".
No momento, leciona na Universidade de Santo Amaro (Unisa) e Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) temas que variam de medicina a administração. No final de setembro segue para a Alemanha a convite da Fundação Konrad Adenauer para realizar um estudo sobre federalismo.

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